segunda-feira, outubro 31, 2011

a voar

gosto de gostar de ti
um gostar quase amar
algo que me faz sorrir
e pensar em não deixar
fechar os olhos porque depois
podes não estar

terça-feira, outubro 11, 2011

sexta-feira, julho 22, 2011

postal


queria escrever um postal de onde estou mas tive que encontrar a imagem primeiro...
escrevo depois.

sexta-feira, maio 27, 2011

voltar a casa

Um dia, numa das aulas de italiano cuja minha professora era a Norma minha amiga também, tive que escrever um texto sobre "Il mio cantuccio preferito" (o meu cantinho preferido). Pensar num lugar, algo espaço-temporal que me fizesse ou tivesse feito sentir que era o meu "cantinho"...difícil escolher, criar critérios de selecção, prioridades de escolha, rótulos, críticas, juízos sobre as coisas... Talvez pelo facto de estar longe de casa e da sensação de casa ser uma necessidade constante nas minhas mudanças, a minha triagem de sítios, lugares, "postos" estagnou num verdadeiro cantinho da minha casa. o cantinho de cores, calor, pessoas ou solidão, das tardes de sol, das noites de chuva, chá ou limonada...
quando voltei, naturalmente, re-criei o meu cantinho...

sábado, abril 16, 2011

livro de romance

se pudesse escrever um livro, escreveria apenas as palavras que quero que sejam lidas pelas pessoas de quem gosto, o que elas gostariam de ler e o que elas gostariam de imaginar das minhas palavras

quinta-feira, março 31, 2011

nascer do sol com vista

não ter pressa de ser

um dia o velho pescador vê o rapaz a olhar o infinito do horizonte. Com curiosidade pergunta-lhe:
- Para onde olhas rapaz?
- Espero o pôr-do-sol, responde o rapaz
- Mas ainda agora é meio-dia... - diz o velho pescador admirado
- eu sei, não tenho pressa...

escrever um livro

memórias são tudo o que temos
medo de esquecer por medo de deixar-mos de ser quem somos, com medo do vazio
não somos livros cheios de palavras e sinais que se se apagam e deixa de haver história
somos nós que escrevemos a história e re-escreve-la e re-escreve-la quantas vezes for necessário
e quantas vezes pensarmos que a estamos a esquecer
no fundo no fundo, não esquecemos
a memória acaba por ser um tormento, uma obsessão,
o medo de esquecer apodera-se da vontade de viver
e depois descobre-se
viver para não esquecer e esquecer para viver
ou não esquecer e aprender a viver com a memória

quarta-feira, março 30, 2011

breves momentos antes do momento

não sei se é o aniversário ou a maturidade do tempo que me faz pensar no agora, no ser e no estar e me faz medo
tenho medo sim
tive um iluminação que me fez perceber e admitir que tenho medo
mas do quê exactamente?
parecem tantas coisas ao mesmo tempo, e ao mesmo tempo nada