domingo, julho 24, 2005

numa luz morta observo fixamente

imagino-me numa taberna daqueles que os homens gostam de, um canto obscuro, observar as mulheres que vão entrando
também eu estou num desses cantos, com um copo vazio e uma garrafa de vinho tinto
mas não bebo
apenas espero que alguém queira sentar-se no meu canto escuro e beber da minha garrafa

observo apenas os que entram, os que também observo mas que não sabem que observo como eles

tenho o copo vazio na mão, passo os dedos na borda fina do copo para sentir o toque suave da textura do vidro
o olhar está fixo nas paredes pálidas daquele espaço nauseabundo dos homens que chegam de trabalhar e estão insaciáveis de vinho e de prazer sexual
por isso se escondem num canto escuro numa taberna qualquer

quinta-feira, julho 21, 2005

matrix teatral

olho e vejo para o que foi feito
penso: ainda bem!
têm razão os que dizem que se sofre para depois se ser feliz...depois da tempestade vem a bonança...mesmo que pareça que a tempestade é uma eternidade

custou subir o palco, ñ querer ver para além dos focos para ñ ver o olhar profundo daqueles que esperavam qualquer coisa
mas agora olho, quero conhecer melhor aquele palco, aqueles focos que escondem pessoas por trás...


sabes como é não precisares de desculpa para dizeres coisas ou fazer coisas?!? ali podes ser quem quiseres, viver como quiseres...não te parece bem?
pode parecer falso, mas ñ é...apenas é uma parcela de ti, nem que seja a parcela hipócrita e cínica
na verdade, os que pisam o palco têm sorte, sorte de viverem todas as profissões todos os desgostos todos os sofrimentos todos os amores, saem do palco e estão noutro mundo...lolol....matrix teatral...

quarta-feira, julho 20, 2005

sim...


olho e vejo e sinto
e sinto que vejo o que não sinto mas senti
olho para o que vejo
e vejo o que não quero olhar
sei que sinto o que não vejo, mas olho para o que sinto

sentir o que não vejo é o mesmo que olhar para o que não quero sentir...

o momento do eco do presente


escondeste.te mas ficamos as duas

foi então que o vermelho se confundiu com o pêlo...

tu:
"e na escuridao da noite, o lobo mau chegou-se ao pe do capuchinho vermelho kom uma fitinha no pe, e roubou-lhe um beijo profundo, e sussurou-lhe ao ouvido: Gosto de ti. Boa Noite."


eu:
"ela ficou sem expressão.só depois se apercebeu do que se tinha sucedido, e corou...
ainda corada, apenas respondeu: boa noite também para ti. e olhou.o para ele ver as palavras naõ ditas espelhadas nos seu seus olhos doces tal como o mel."


tu:
"o lobo corria num alvoroço , tropeçando em pedras e raizes, tentando fugir das palavras que incansavelmente o tentavam alcançar atravez do eco humido e escuro da floresta....olhando para tras, viu os olhso brilhantes de capuchinho...sorriu...o eco apanhou-o...tarde demais...o seu coraçao estava trespassado....ele tinha-se apaixonado por ela."


...