quinta-feira, dezembro 10, 2009

uma brisa

com medo de abrir janelas à ignorância não desenhei mais aqui no mundo aberto
agora abro novamente esta janela

terça-feira, abril 14, 2009

falta de preenchimento tinto

sinto falta do meu copo de vinho sob a luz fusca
aquele copo que me aquecia o peito nas noites de solidao
a luz apenas mantinha alguma da minha sobriedade e sanidade

finge-te morta para que ninguém saiba que estás viva

como dizes...há momentos que nao te faço bem
talvez os que te façam bem nao sejam suficientes para colmatar as falhas pouco preenchidas por mim...


anonimato sob luz fpsca

volto ao meu copo de vinho tinto...
a minha mesa continua no mesmo sítio
pensei nao voltar a sentar-me nela, simplesmente pelo que representava dizendo para mim própria "aquilo é o velho eu, agora sou outra".
mas hoje, continuo a ser eu mas volto a sentar-me nesta cadeira debaixo da mesma luz fosca...o meu copo de tinto é o reflexo do sentimento embriagado, nao de contentamento pela vida mas no pensamento de que é melhor não ter consciência para não se pensar e derramar as mágoas nesta mesa do anonimato.

Fecho ao mundo os sentidos porque só este pedaço de vidro me entende o enorme vazio por vezes  demasiado preenchido, que assola esta alma meio perdida num paraíso de amores mal entendidos.

quero ainda mais mergulhar nessa cor vinho velho, esquecer a cor nublada prestes a chover. neste estado embriagado constante, perco-me na busca da sanidade que me falta
sou transparente na camada que os olhos alcançam, depois dessa, a profundidade é impedida de ver pela sua tonalidade tinta

segunda-feira, abril 13, 2009

mar de ser

deixo-me perder no mar de ser, afogar-me em ti e sufocar em prazer
em ti encontro e longe de ti me escondo para que nao me encontres na sombra que te persegue
deixa-me ser o vagabundo que vagueia solitário,c arregando o peso do atlas nas costas
velho e vagabundo, estranho ao mundo e de ideias alheias ao mundo

retalhos de memórias II

chego ao oceano...
quero voar com as gaivotas ao sabor do vento
quero ser a vela de um barco para me levar para bem longe
quero navegar sem destino mas saber exactamente para onde estou a ir
no oceano...
procuro o pensamento que me faz desejar estar aqui
procuro a sensanção de estar em mim e não noutro lado qualquer
procuro transportar o pensamento para junto a mim e perder a sensação de procura distante de um síto onde o pousar
quero estar em mim...e eu no oceano

no profundo dos nossos olhos conhecemo-nos
a nossa alma nua e despida revela-se pela sua inocência e liberdade
não há distinção de género, somos um mas sem perder cada detalhe que nos distingue
as nossas imperfeições complementam-se e a perfeição passa a nossa natureza
no espaço e no tempo vivemos sem nos tocar e vivemos pela existência um do outro

sete de março de dois mil e nove

retalhos de memórias I

na sensação de ser procuro a essência
o que nos liga e faz-nos viver além do nosso querer
a minha alma também paira, talvez à procura de onde pousar 
(ou talvez apenas queira pairar)

seis de março de dois mil e nove

quinta-feira, janeiro 08, 2009