domingo, fevereiro 10, 2008

nem tempo nem espaço

de repente foi como o tempo ter parado

não havia espaço, tempo ou lugar...apenas um vazio escuro e frio

depois veio a luz mas sem preechimento ou entendimento apenas o calor

a luz ofuscava a visão, apenas a audição dava a conhecer o exterior

um ovo prestes a eclodir com receio da luz lá fora...

apenas num rasgo deixa de existir o conforto, a certeza, a segurança



tudo é diferente

o medo continua, olhar para frente e para trás, sentir a perseguição com o medo de cair para a frente

a luz fica escura e o quente fica frio

não há reflexo do que se é e não se sabe o que se deve ser

o que fomos já esquecemos mas ainda faz parte de nós



corre, corre sim...mas não muito depressa porque pode não ver por onde passas



se caires bates com a força com que corres para a dor te mostrar como ias depressa

rasga a pele até à carne e deixa cair o sangue

faz-te doer

faz-te chorar

faz-te gritar

não esqueces essa dor...não esqueças

levanta-te sozinha

custa-te caminhar

queres desistir

deixar de existir

e a dor continua

limpas as lágrimas e continuas porque ainda lá estás no mesmo sítio

falar por falar e não dizer

gostaria de encontrar as palavras que pudessem apenas despejar tudo o que tenho a dizer

mas elas não saem

digo apenas o que sei que os outros querem ouvir para saberem que estou bem

tudo o resto fica fechado bem guardado para que simplesmente deixe de existir...uma caixa de pandora segura e inalcançável

o que outrora acreditei parece agora fazer nenhum sentido e no entanto pouco perdi comparado com outros

talvez tenha sido o perceber do meu "eu" nos outros e não estivesse preparada para isso e apenas não quisessem existir dessa forma