
dois corpos expectantes pelo toque íntimo da textura e da sensação de partilha temporal e espacial que mesmo antes de se tocarem já pertencem um ao outro
criatura de prazeres e desejos que se esconde no bosque para não ver a sua imagem reflectida nos olhos dos outros
Se te dissesse o quanto sou feliz só por te ver talvez não acreditasses, talvez fosse preciso dar a volta ao mundo a gritar que gosto de ti e talvez nem ouvisses. Lembras-me a rosa do princepezinho! Tão linda e majestosa, mas com aqueles espinhos todos, foi preciso cativá-la e regá.la para mais tarde sentir o vazio possível quando ele já não estava lá. Será que não te rego o suficiente? ou substimas os meus gestos e pensamentos que te confesso? Talvez devesse conter mais esta alegria de te ter e amar-te menos, não sussurrar o quanto gosto de ti e apenas corresponder ao que recebo... Lamento não ser assim, ser uma porta aberta de manifestações e emoções (embora muitas contidas) apenas busco em mim a felicidade e transmitir-ta. Se ao menos pudesse cortar alguns dos teus espinhos... trocaria algumas palavras amargas por uma palavra de tolerância... Sim...abrir a mente e o coração... Condenas-me por defeitos meus, chego até duvidar do que exprimes sentir. Sei que me engano ao duvidar mas por vezes é mais forte a dor da amargura. Inspiro-me no princepezinho... também ele ficou triste pela rosa mas não deixou de gostar dela, aprendeu a gostar dela apesar dos espinhos... * |
Dou-te as tintas para pintares o mundo tal como o vês escolhe a paleta e faz-te à estrada serei apenas o observador num museu da tua obra prima à espera que pintes o meu retrato das cores do teu coração és a cor de muitos és a cor de muitos dos meus dias cada um diferente cada um pintado por uma pincelada com o rigor e paixão que te caracteriza vejo essa cor no teu corpo nos teus olhos que observam os meus e nada mais há à volta só nós e a cor. bj* |
pensava que o cadeado era forte e guardava o medo melhor que qualquer outro guardião uma porta secreta, talvez esquecida que apenas ganhava raízes de pouco uso e de repente corria naquela direcção com a certeza que ela não abriria e quase que ia caindo no precipício que se escondia por trás dela… recriei o monstro que em tempos me consumiu, não sei se ele está lá ou não não tenho coragem de abrir os olhos prefiro ficar aqui no canto, protegida pela falta de visão e apatia pelo exterior se não abrir os olhos, talvez ele não esteja mesmo lá… não tenho coragem para lutar com ele…porque ele sou eu como se mata um monstro que tem reflexo de alguém que apenas existe na mente dos melhores? |