sábado, abril 05, 2008

a história de(o) Ninguém

agora o ninguem já não aquele menir que usava junto à porta. Desisitiu do menir, desisitiu de fechar a porta para impedir que o outro saísse. Ele que saísse que se fosse embora, pois mais valia do que o peso daquele menir para o impedir...
agora o ninguém sentia um alivio sem esse peso nas costas...
pensou que se o outro saísse usaria o mesmo menir para impedir que esse outro entrasse, pensou arranjar mais menires, mais peso para que a porta não se abrisse da parte de fora a partir do momento da decisão de sair do outro...
mas não o fez...o ninguém não queria carregar mais pesos, queria descansar as costas e as pernas de todo o que já tinha carregado até então...
então simplesmente sentou-se em frente à porta a observá-la, a ver todos os pormenores da sua madeira, a pensar porque razão durante tanto tempo impediu aquela porta de se abrir, afinal de contas até era elegante e bonita.
o ninguém agora queria descansar mas não conseguia, tinha medo que os seus sonhos se tornassem pesos como o menir tão seu familiar e, se conseguisse dormir, desejava não tornar a acordar...sentia-se tão cansado e esgotado de toda a energia despendida que até se achava pouco digno da presença daquela porta, pouco digno do menir os seus grandes companheiros que o protegeram e o ninguém foi o único culpado de os por nesse perigo...
o outro agora entrava e saía, conseguia abrir a porta sem fazer barulho, muitas vezes o ninguém não o via ou ouvia, também não sabia se o queira ver e agora tinha vergonha de olhar para a porta e para o menir, tinha vergonha de se sentir tão impotente, triste e pouco digno de mesmo estar ali a comtemplá-los.
agora já não interessava o outro...não interessava se ele saísse ou se nem voltasse, ele era o ninguém e o ninguém não existe...
no entanto, o vento, o sol, a sombra preocupavam-se com o ninguém. tentavam animá-lo ou protege-lo e o ninguém até tentava ser simpático e brincar às vezes com ele mas com o passar do tempo o ninguém apenas via nisso uma acção para impedi-lo de pensar ou de sentir. Eles queriam que ele esquecesse e o ninguém não queria esquecer, eles queriam que ele se sentisse bem mas o ninguém não se sentia bem. então ele só pensava em mandá-los embora mas como? ou se devia? se era realmente o mais correcto?
o ninguém não sabia, tinha o seu pensamento a andar a mil à hora e ele já não conseguia sequer acompanhá-lo...
voltava a olhar para a porta e para o menir...talvez devesse voltar a pegar no menir e fechar a porta...assim os outros não entravam.Parecia o mais fácil e o melhor a fazer. fechando a porta os outros não poderão entrar e pelo menos ficaria a salvo na sombra da sua falta de dignidade de ser o ninguém....

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